Estudante se recusa a deixar a Ucrânia sem o seu amado cachorro
03/05/2022

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Este estudante viralizou nas redes sociais ao se recusar a sair da Ucrânia deixando o cachorro para trás.

“Sem Malibu, nunca!”. Estas palavras ficaram famosas nas redes sociais. Elas se referem à determinação de um jovem estrangeiro, que se recusou a deixar a Ucrânia sem o melhor amigo: um cachorro, mesmo com os combates se aproximando da cidade em que morava.

Rishabh Kaushik é o determinado estudante indiano que não aceitou salvar-se, mas deixar o cachorro para trás. Ele estava cursando o 3º ano de Engenharia de Software na Universidade Nacional de Karkhiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.

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Tudo estava indo bem na vida de Rishabh, até o início da guerra que envolve o país e a Rússia. As invasões tiveram início no leste da Ucrânia e avançaram em direção ao sul, no litoral do mar Negro, mas em poucos dias alguns batalhões passaram a bombardear outros alvos.

Kiev, a capital da Ucrânia, e Karkhiv, a segunda cidade mais populosa, centro de produção científica do país, estavam entre os novos polos da guerra. Rishabh precisou abandonar a rotina de estudos e pesquisas, para proteger-se em bunkers e abrigos improvisados – sempre ao lado de Malibu, o adorado cachorro.

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A fuga

A Rússia já vinha posicionando tropas militares nas fronteiras com a Ucrânia desde o final de 2022, especialmente no leste do país (as regiões russófonas de Lugansk e Donetsk, cuja independência foi reconhecida pelo Kremlin nos primeiros dias do conflito).

Com o voo programado, Rishabh tratou de organizar a documentação e a passagem. Foi então que ele descobriu: a retirada do país em guerra não previa o transporte de Malibu, o cachorro do estudante indiano, que fazia as vezes de colega de quarto para o jovem.

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O espaço aéreo da Ucrânia, na data do embarque, ainda não estava fechado – voos comerciais tinham autorização para pousar e decolar dos aeroportos internacionais do país. No entanto, as companhias aéreas estavam impondo algumas restrições: uma delas dizia respeito ao transporte de animais.

Rishabh não conseguiu as autorizações necessárias. Ele continuou visitando a embaixada diariamente, enquanto assistia aos colegas fugirem de volta para casa – ou para países vizinhos, no caso dos estudantes ucranianos; muitos se refugiaram na Polônia e na República Tcheca.

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O jovem, no entanto, não podia deixar Malibu para trás. O peludo já vivia com Rishabh há um ano, quando o universitário o conheceu acompanhando um morador local, que resgatou o cachorro das ruas. Um ano significa praticamente a vida inteira de Malibu.

A interdição a cães e gatos em voos finalmente foi chancelada pelo governo do país. Ucranianos que abandonaram as zonas de confronto levaram os pets no colo, por conta e risco, carregando-os até as fronteiras ocidentais.

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Rishabh resolveu, então, esconder-se na cidade, para tentar salvar a própria vida e a de Malibu. Entrevistado pela emissora britânica BBC, o universitário disse apenas: “Resolvi que se o meu cachorro não pode ir, eu também não vou. Eu sei que há um risco em ficar, mas não posso simplesmente ir. Quem irá cuidar dele se eu for embora?”.

Familiares de Rishabh estavam em Karkhiv quando autoridades internacionais alertaram estrangeiros para deixar a Ucrânia. Os parentes conseguiram embarcar no dia 20.

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02, quatro dias antes da invasão.

Rishabh permaneceu em Karkhiv, em um alojamento estudantil. Ele tem convicção de que é responsável por Malibu e não pode deixá-lo para trás: afinal, a guerra coloca todos em risco, humanos, cães e outros animais.

O jovem também coloca em dúvida a capacidade de os abrigos para cães na Ucrânia conseguirem acolher e alimentar todos os animais de rua, cujo número vem aumentando a olhos vistos.

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Duas semanas depois, com os conflitos chegando à porta, o indiano conseguiu finalmente deixar o país. O jovem é bolsista da SJA Alumni Association, entidade internacional de fomento à educação. A SJA postou em seu site:

“Nosso querido Rishabh Kaushik chegou à Hungria com Malibu e outros nove amigos. Agradecemos a todos que oraram por eles e nos apoiaram para que o grupo conseguisse transpor a fronteira, chegando em segurança.”

A SJA também agradeceu à PETA – People for the Ethical Treatment of Animals – por ter intercedido junto ao governo ucraniano. A mediação obteve um acordo para transportar animais de estimação juntamente com os cidadãos isolados pela guerra.

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